Brasil no centro das atenções climáticas
Em novembro de 2025, o Brasil sedia a 30ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas — a COP30 — em Belém do Pará. O evento reúne líderes mundiais, cientistas e ativistas para debater soluções frente à crise climática. Além da diplomacia ambiental, a COP30 revela desafios internos como infraestrutura precária, desigualdade socioambiental e a urgência de políticas públicas eficazes.
Investimentos e contradições
Dados oficiais indicam que o Brasil investiu milhões na preparação da COP30, com recursos federais monitorados pela Controladoria-Geral da União. As ações incluem obras de mobilidade urbana, saneamento básico e ampliação da rede hoteleira.
O Ministério da Gestão e da Inovação lidera iniciativas voltadas à transição ecológica, promovendo digitalização, capacitação técnica e incentivo à economia verde desde 2023.
Por outro lado, moradores locais denunciam falta de acesso à água potável, coleta de lixo irregular e ausência de políticas para povos indígenas e ribeirinhos. Organizações alertam para o risco de “maquiagem ambiental”.
Plano global e legislação brasileira
A presidência da COP30, em parceria com a COP29 (Azerbaijão), lançou o plano “Roteiro de Baku a Belém”, que propõe arrecadar US$ 1,3 trilhão por ano até 2035 para financiar ações climáticas em países pobres. A proposta inclui taxas sobre aviação, bens de luxo e grandes fortunas.
Leis como a Política Nacional sobre Mudança do Clima e o Acordo de Paris orientam os compromissos brasileiros, mas especialistas apontam lentidão e fragmentação na implementação.
Legado ou maquiagem?
A COP30 representa uma vitrine global para o Brasil, mas também um espelho das suas contradições. O país busca protagonismo na agenda climática, enfrentando gargalos que comprometem a efetividade das ações.
Recomendações incluem:
- Transparência total nos contratos e gastos públicos
- Participação ativa da sociedade civil
- Fiscalização independente das obras e serviços
- Inclusão de comunidades tradicionais nas decisões